@ Eumigo comigo mesmo
Falta de mão de obra nunca foi nem nunca será uma exclusividade do segmento de TI no país. Mas lendo a respeito, me deparei com algumas informações interessantes que compartilho e comento.
No site Análise em Foco, Rodrigo Pereira, comenta o seguinte:
…Acionei minha rede de contatos, alguns currículos apareceram, mas, até o momento, a vaga ainda não encontrou candidato à altura. Ou quem se candidata têm deficiências de formação, ou aqueles que poderiam ser contratados estão bem empregados e remunerados em outras empresas.
…Enquanto isso, o trabalho segue acumulando na mesa da agência e toda a cadeia que a cerca se recente dos efeitos. É emprego e renda que deixam de ser gerados, é imposto que deixa de ser arrecadado, é oportunidade de crescimento que acaba desperdiçada. Trata-se de verdadeiro “apagão de talentos”, como definiu certa vez, há um ano, a executiva de uma grande empresa da cidade.
…A conclusão do estudo é escabrosa: 83% das empresas blumenauenses, na hora de contratar, não encontram o candidato ideal. Ou ficam sem preencher a vaga, ou colocam ali um trabalhador que não tem toda a qualificação desejada.
De fato, encontrar um “candidato à altura” pode ser uma tarefa homérica – seja por que há restrições de formação e experiência, ou porque a empresa esteja buscando um candidato hiperqualificado para uma posição que oferte pouco em troca. Aqui, vale a antiga, mas sempre atual “Lei da Oferta e Procura” – Pode parecer cruel, mas é verdadeiro.
Note que se de alguma forma uma empresa consegue ‘se virar’ colocando uma pessoa com uma qualificação não completa para a posição, e ainda assim honrar seus compromissos, não seria de se pensar em fomentar a qualificação suplementar? Alguns casos interessantes na região de Blumenau seguem nesta linha, como o Entra 21 ou mesmo as empresas que seguiram a tendência de criar suas universidades corporativas, como a Teclógica.
A Revista Capital Aberto segue na mesma linha:
Sofisticação do mercado leva à escassez de profissionais não só em número, mas também em qualidade
linha pontilhada
O Brasil está se acostumando com os apagões. O primeiro ocorreu com a crise do setor elétrico e, ultimamente, voltou a assombrar. O mais recente ainda castiga os aeroportos. Agora, o termo “apagão” também pode ser aplicado ao mercado de capitais. Isso mesmo. O setor passa por um apagão de talentos, em que empresas, bancos, auditorias e escritórios de advocacia estão ávidos por profissionais especializados.
Ou seja, não falamos apenas de Quantidade e sim Qualidade. Não contrapondo, mas apenas refletindo a respeito: Qualidade é aquilo que o consumidor (nesse caso empresa) percebe a respeito do produto ou serviço (no caso trabalho de pessoas) – Vale repensar o que é ‘qualidade’ nesta vereda.
Reflita também um pouco a respeito da situação inversa, conforme o Julio Cardozo expõem:
Semana passada, entre uma reunião e outra, recebi a ligação de um grande amigo, Luis, Chief Executive Officer (CEO) de uma importante empresa familiar do ramo químico. Ao perguntar que bons ventos o trazia, percebi, por seu tom de voz, que as notícias não eram nada positivas. Muito pelo contrário. Bastante abalado e sem dormir há algumas noites, contou que foi “forçado” a demitir boa parte dos funcionários em decorrência da crise.
“Confesso que não foi fácil ver aqueles pais e mães de família perderem seus empregos”, me disse ao relatar cenas de pessoas indo embora aos prantos e caminhando cabisbaixas pelo pátio da fábrica rumo ao portão de saída. A maioria sem saber como falar o assunto ao chegar em suas casas. Ao ouvir as palavras de Luis, entrecortadas pela emoção e viés de desabafo, reconheço que também fiquei sensibilizado e até um pouco deprimido ao imaginar a vida desmoronando de cada uma dessas pessoas.
Tão cruel quanto a Lei da Oferta e Procura é a ‘necessidade’ de rearranjar o orçamento de despesas e custos da empresa – e frequentemente poucas (nenhuma?) empresa leva em consideração o fator ‘responsabilidade social’ tão largamente adotado como estratégia de comunicação, e não de visão da empresa.
Por fim, cada empresa tem sua necessidade e sua forma de supri-la, como estas 3 opções informadas pela Revista Exame em 2008 – Qual é a opção de sua empresa?