BLUMENAU – O blumenauense trabalha muito, mas se diverte pouco. É o que mostra pesquisa feita pelo cientista social Célio João Peruzzolo. Ele confrontou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Blumenau com fatores que interferem diretamente na qualidade de vida do blumenauense. Foram seis meses de pesquisas. As informações estão reunidas na monografia de conclusão de curso universitário de Peruzzolo.
Blumenau é a terceira região metropolitana do Brasil com maior IDH. O município somou 0,85 ponto. O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) a um (desenvolvimento humano total). O ranking é elaborado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O IDH leva em conta a expectativa de vida, escolarização e renda per capita.
Em contrapartida, a pesquisa feita por Peruzzolo também mostra que a cidade apresenta um número crescente de suicídios, consumo de antidepressivos e afastamento do trabalho por doença. Para o sociólogo, Nelson Garcia Santos o reflexo está nas ruas da cidade, onde caminham pessoas tristes e reprimidas.
– A classe média blumenauense é bem estruturada financeiramente, mas isso não se reverte em um bom aspecto de vida. As pessoas trabalham muito e não conseguem extravasar todo o estresse acumulado – explica.
Sociólogo diz que excesso de trabalho gera depressão
Excesso de trabalho que, muitas vezes, desencadeia a depressão, pensamentos de morte e o uso de pílulas que prometem trazer felicidade. O sociólogo aponta também a repressão como causa de tristeza.
– Blumenau tem uma moral protestante muito forte. Até os jovens que se reúnem em praças para tocar violão são coibidos pela polícia. E indivíduos tristes e reprimidos buscam na fluoxetina ou no suicídio um alívio para seus problemas – afirma Nelson.
Não dá pra ficar só trabalhando, trabalhando, trabalhando, trabalhando, …. uma hora o resultado aparece, pode botar fé.