É meus amigos, foi-se o tempo em que o termo “latinha” significava apenas um recipiente em que tomavamos refrigerante (bom, isso pelo menos aqui em Blumenau).
Ocorre que um dos candidatos a prefeitura tem ‘se destacado’ por suas inusitadas (?) idéias. Veja os melhores trechos da entrevista…
Clóvis Reis – O senhor acredita que vai conseguir ir para o segundo turno?
José – Eu tenho 99,99% de certeza, de acordo com o registro que eu registrei no além, meu nome e o meu número. Como eu creio, como eu seu crente…
Fabrício Cardoso – O senhor disse que fez um registro, teve uma visão?
José – Eu recebi dois avisos. Serei o futuro governador de Santa Catarina.
Giovana Pietrzacka – Mas a fé não vem se traduzindo em votos. Quer dizer, nas eleições passadas o senhor conseguiu 50 votos, 23 e 40 votos…
José – É, mas aí foi para ajudar. Fui ajudar o Kleinübing. Primeiro, ajudei o Paulo Gouvêa. Eu tive uma conversa com ele, eu disse: “Paulo Gouvêa, você quer ajudar o povo de Blumenau? Você quer? Então vou te ajudar a ganhar a eleição em Blumenau”.
Valther – Mas o Paulo não ganhou.
Clóvis – Então vai ser o milagre da multiplicação dos votos.
José – Exatamente isso, é o que eu creio. Eu creio nisso, sem santinho.
Cao – Por que o apelido do senhor é Latinha, de onde veio isso?
José – O slogan Latinha é porque “lá tinha uma fábrica, lá tinha uma loja e fechou as portas”. Eu não quero criticar. Quem critica, perde. O povo sabe disso. Então, Latinha foi, exatamente, em vez de eu denominar a pessoa, como eu não sou Deus para julgar, nem Jesus Cristo…
Giovana – Para esta campanha o senhor mudou o slogan para Latão, é isso?
José – É, agora tem o Latão, que é o seguinte (risos): “lá tão aqueles que passaram oito anos e nada fizeram. Lá tão aqueles que estão quatro anos e pouco fizeram também”.
Clóvis – O que é Santa Felicidade, seu José?
José – A Santa Felicidade vai ser uma via de restaurantes de todas as etnias, como tem em Curitiba. Não estou fazendo nada de diferente. O iate clube, com bondinho turístico…
Valther – Iate clube?
José – O Iate Clube Blumenau, na Ponta Aguda, terceirizado. Como tem lá em Balneário Camboriú, o Tedesco.
Valther – Mas cadê o mar? O nosso rio não é navegável.
José – O nosso rio, depois da Ponta Aguda, é navegável. Pois lá vai ser feito, após a Ponta Aguda, um iate clube terceirizado. Vai ter um bondinho turístico que vai até o Morro do Abacaxi. Já tem em Campos de Jordão, em São Paulo. A Santa Felicidade vai ser a Blumengarden. Bem bonito, belo, lindo! Uma avenida dupla cheia de restaurantes para levar 5 mil empregos e trazer os turistas. Vai ser uma bênção total. Isso aí faz parte dos meus três projetos: saúde, educação e cultura, e a ligação interbairros.
Francisco – Com relação à segurança pública, o que o senhor pensa?
José – Eu farei de Blumenau um condomínio fechado, como se fosse um condomínio fechado.
Francisco – O senhor vai isolar fisicamente a cidade?
José – Todas as entradas de Blumenau, todas as entradas e saídas de Blumenau vão ter um portal dizendo: Seja Bem-vindo. Um guarda…
Valther – Bem-vindo com hífen, né?
Maicon – Com metralhadora…
José – Não, com rádio na mão. E as placas (dos carros) serão filmadas.
Maicon – Bem-vindo, mas ó: fica na linha.
José – Se vem um cara com carro roubado, a placa já está anotada. Aí vai tocar uma sirene: ió, ió, ió, ió! Carro roubado, 190 o carro placa número tal… lá vai o guarda atrás. Pegam o cara e ele vai ficar preso.
Francisco – Mas e arrombamento, assassinato…
José – A partir de janeiro, quando estiver montado o governo, nós vamos divulgar na mídia que lugar de bandido só tem três: na igreja, para se converter a Jesus, na cadeia ou no cemitério. Ele pode escolher a igreja. Tá salvo! Não vai ser morto. Ou na cadeia, para ficar lá guardado igual bicho.
Bem, assim só me resta um único comentário: Boa sorte prá vocês que terão de votar em candidatos dessa magnitude.