@eumigo comigo mesmo
Para os amigos mais próximos saber que eu fumo não é novidade, a novidade desta semana é que larguei o vício nesta semana e vou compartilhar um pouco a respeito da experiência sobre o fumo e o fumar.
Um pouco da minha história com o vício de fumar
Fumar é um vício interessante:
- é totalmente paradoxal: na mesma medida que ao fumar sente-se um prazer único (pode comparar com sexo se quiser) sabe-se os malefícios que o fumo traz;
- é repleto de segredos: como é que pode aquele pedacinho de papel e folha seca trazer tanto prazer?
- é uma forma de expressar-se: ‘os bandidos’ freqüentemente são retratados com um cigarro nas mãos
A minha história começa nos idos de 1999/2001 época na qual abri minha primeira empresa – De posse de toda liberdade que uma empresa pode propiciar (incluindo aí um dinheirinho para curtir) a liberdade cresceu exponencialmente e, como boa parte dos amigos, alguém apareceu com um cigarro, eu experimentei, e depois de outras experimentadas comprei minha primeira carteira de cigarro – Acho que este é realmente o divisor d águas de um consumidor – A primeira compra de um maço.
Naqueles tempos, a oferta de cigarros era bastante intensa, de forma especial cigarros importados: e eu escolhi um cigarro que me acompanhou por um bom tempo: Yves Saint Laurent (imagem abaixo).
Com o passar dos tempos, o Yves Mentolado passou a ser meu ‘parceiro’ de toda balada. E após a morte do Yves (o estilista) o cigarro deixou de ser fabricado e acabei mudando pra um ‘mentolado genérico’ Benson & Hedges – Se quiseres mais informações dá uma olhada nesse site (só não fique muito empolgado).
Minha primeira tentativa de parar
Então o tempo passou e de 1999 até 2005 fui evoluindo lentamente de um consumidor controlado para um degustador voraz de cigarros: o cigarro entrou na minha rotina de vida e criei diversos hábitos com ele, a saber:
- Se eu estivesse sozinho no carro, eu acenderia um cigarro (mesmo que tivesse acabado de fumar);
- Se eu bebesse (naqueles tempo um Cuba-Libre) eu acenderia um cigarro;
- Antes de dormir, eu fumaria um cigarro (e escovaria os dentes depois, sempre);
Enfim, além do vício eu tinha de lutar contra meus hábitos que já haviam sido difundidos com o tabaco.
Mas sabe como é a vida é como o Futebol “uma caixinha de surpresas”, então, nasceu o Dmitri e resolvi que no dia do nascimento dele eu pararia de fumar.
Essa experiência eu digo que foi muito salutar, pois realmente eu parei de fumar. Algumas coisas que eu considerei importante para contribuir na efetiva parada de fumar:
- Eu associei a parada a um evento emocionalmente muito forte e representativo: o nascimento do meu primeiro filho;
- Tomei a decisão por mim mesmo, sem fazer a promessa para terceiros;
- Entendi que o maior beneficiado deste evento seria exclusivamente eu; (por tabela os que estavam a meu redor, mas fiz apenas por mim)
- Compreendi que os hábitos eram parte fundamental do vício – Nestas horas (em que o hábito era mais forte que o vício) fiz com que meu comportamento fosse outro – Mudei a forma de dirigir, passei a evitar entrar no carro sozinho;
Enfim, foram coisas que me fizeram parar de fumar – SIM EU PAREI DE FUMAR.
Pela segunda vez eu sucumbi
De 2005 até 2008 fiquei totalmente limpo do cigarro, não havia colocado na boca mais nenhum – Excluindo aí uma rápida incusão pelo mundo dos Narguilés.
Contudo, no fim de 2008, após a catástrofe em Blumenau, mudei algumas coisas na minha vida (incluindo mudança de casa) e resolvi que PODERIA voltar a fumar.
Note que trato por PODER, não DEVERIA, e então retornei ao vício de fumar com o ‘apoio’ de alguns amigos tabagistas.
Sabe qual é o maior problema de VOLTAR a fumar? Você fuma muito, muito, muito mais do que antes.
No meu caso isso significava fumar DOIS CIGARROS a cada vez, e com isso fumava meio maço de cigarros por dia. Sendo que nos finais de semana eu fumava muito mais.
De 2008 a 2011 fumei intensamente e isso teve alguns resultados com o tempo: passei a me sentir cansado e o fôlego para a prática de esportes esvaiu-se.
Hoje decidi parar ‘definitivamente’
No último final de semana resolvi parar de fumar: e foi assim mesmo, simplesmente decidi parar de fumar e coloquei na minha cabeça que aquele sabor de cigarro eu simplesmente não iria querer mais.
E note que isso é muito interessante: não associei a nenhum evento emocionalmente forte, nem nada, eu simplesmente olhei no espelho e vi que eu poderia fazer isso, afinal de contas, eu sou um homem ou sou um rato?
Com o passar desta semana, senti vontade de fumar um ou 2 vezes, contudo, meu autocontrole está altíssimo, e tenho certeza que não retornarei ao vício tão cedo.
Digo desta forma pois este vício, como ocorreu no passado, pode retornar mesmo após muitos anos de abstinência, e dominar por completo se inserindo na vida sem que tenhamos capacidade de perceber a profundidade que ele se embrenhará.